segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Palmadas na educação dos filhos



Hoje de manhã cedo, sete e meia da manhã, ouvia o Ricardo Boechat, na Rádio Band News FM, 99.3. O Ricardo comentava sobre uma lei que será votada na França, nos próximos dias, apresentada por uma deputada pedagoga. A lei pretende proibir no "berço do iluminismo" (esta expressão é por minha conta), palmadas nos "bumbuns" das crianças.

O Ricardo falou que era pai de seis filhos e que não havia dispensado a palmada, na criação dos seus filhos e, sempre como último recurso, depois de esgotar toda aquela fase de argumentação, até usar a linguagem da força, da autoridade de pai. Arrependeu-se depois de cada palmada, mas garantiu que não havia outro remédio e que os filhos a mereceram.

Ouvindo o comentário no rádio, lembrei do meu pai, Ivo Medina (1928-1988), in memorian, um homem do bem. Perdi ele para um ataque cardíaco quando ele iria fazer 60 anos. Meu pai tinha muita paciência comigo. Quando criança, aprontei um monte. Era arteiro, por natureza. Só fui "domado" depois de umas três surras, mais ou menos. Todas merecidas e bem dadas. E, não foi nenhuma palmadinha. A palmada não adiantava nada. Dobrei-me mesmo foi diante de uma cinta de couro que o meu pai usava para segurar as suas calças. E, não foi por falta de aviso. Olha! Tenho consciência que abusei da paciência dele e da minha mãe Nilva de Wallau Medina (1935). Sou grato a educação que recebi. O disco que mais ouvia da boca dos meus pais era: "- Estuda Aroldo. O maior bem que vamos te deixar é a educação e o estudo".

Na volta para casa, parei para jantar numa galeteria que frequento há 20 anos, a Primo Polastro, em Porto Alegre. O José Aldair Saldanha, funcionário antigo do estabelecimento, veio me recepcionar com o sorriso de sempre. Costuma me incentivar para concorrer nas eleições. Diz que tenho o seu voto garantido. Falamos um pouco sobre política e, em seguida entrei para jantar. Na saída, ainda com as palavras do Boechat na cabeça, provoquei o assunto com o José.

Fui direto ao ponto. Perguntei se ele tinha feito muita arte quando era pequeno. O José foi rápido: "- Báh! Eu era terrível. Meu professor uma vez, me deu com uma vara de marmelo nas costas. Duas lambadas..." Interrompi: "- O professor?!" Sim. O professor, disse ele. "-Faltei com o respeito, com o professor Oreste e ele me tascou a vara nas costas. Fui pra casa com o lombo ardendo. Tirei até a camisa, de tanto que ardia. Cheguei em casa meio distraído e o meu pai viu aqueles dois vergões nas minhas costas e perguntou o que tinha acontecido. Tentei desconversar, mas acabei tendo que contar pro meu pai, o que havia ocorrido. Ele pegou outra vara e me fez mais alguns vergões, dizendo que eu tinha que respeitar o professor".

Vou dormir com as palavras finais do jornalista Ricardo Boechat, ecoando na minha mente, um recado para os políticos brasileiros que gostam de macaquices: "- Eu penso que o Estado não deve interferir no modo como educo meus filhos dentro da minha casa... Eu não quero o Estado interferindo no espaço que separa a palma da minha mão e a bunda dos meus filhos". Apoiado!

82% dos franceses ouvidos em uma pesquisa sobre a matéria são contra a aprovação da lei.

Um comentário:

  1. Eu também sou contra a aprovação desta lei, pois, tenho certeza, ao menos na visão que tenho do meu pai é que nossos pais sempre querem o nosso bem.

    Creio que ninguem pode tirar a autoridade de um pai, porque se um filho apanha, o objetivo do pai é corrigir, educando. Um dos maiores patrimônios que um pai pode deixar para o seu filho é a educação e o estudo. Gostaria de dizer também que este pensamento está na família há muito tempo. Meu avô dizia isto para o meu pai e o meu pai diz isso para mim. Esta idéia é passada de geração em geração. Direi para os meus filhos o mesmo, e espero que os meus filhos digam para os seus, e assim sucessivamente.

    Ninguém tem o direito de tirar a forma de educação de uma pessoa, principalmente dos pais, interessados na educação dos filhos. Nenhuma lei tem o direito de interferir na maneira dos pais formarem o caráter dos filhos, sua personalidade, seu conhecimento, seu estudo.

    Por isso, acredito que o maior patrimonio que um pai pode deixar para o seu filho, não é dinheiro que se gasta, mas sim conhecimento que se perpetua por toda vida.

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